Inauguradas em fevereiro de 2014, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tabatinga e a Maternidade Celina Villacrez Ruiz tornaram-se referência no atendimento à população do Alto Solimões. Prestes a completarem dois anos de funcionamento, as unidades de saúde ultrapassaram a marca de 70 mil atendimentos realizados, além de realizarem mais de 71 784 exames laboratoriais.
Antes da existência das unidades de saúde do governo, alguns moradores precisavam se locomover até a capital amazonense ou aguardar atendimento médico no hospital Militar da Guarnição de Tabatinga, até então única unidade de saúde do munícipio. “Só havia um hospital para atender toda a cidade”, relembra Julieta Oliveira, 40 anos. “A demanda era grande e a espera cansativa. A inauguração da UPA facilitou nossas vidas, porque oferece mais atendimentos em um espaço de tempo menor sem faltar com o cuidado e a atenção que nós, pacientes, temos na unidade”, elogia ao se referir aos profissionais da unidade de saúde.
A UPA Tabatinga funciona em regime de 24 horas, ofertando atendimento de urgência e emergência de média complexidade. Com o protocolo de acolhimento com classificação de risco, os pacientes são atendidos de acordo com a gravidade do caso – ou seja, dá-se prioridade para pacientes que correm risco de morte. A UPA possui uma estrutura moderna e equipe profissional especializada, inclusive em pediatria e ortopedia.
Dentre as especialidades médicas disponíveis na UPA Tabatinga, a mais procurada é a de clínica médica com 41683 atendimentos, seguida de pediatria (15289) ortopedia (5702) e cirurgia geral (4826), dados finalizados em janeiro deste ano.
Com cerca de 2,5 mil partos realizados, a Maternidade Celina Villacrez Ruiz vem se destacando por conta da política de parto humanizado. A maternidade garante a parturiente o direito a um acompanhante. Outro diferencial é incentivar que as mães dos municípios da Calha do Alto Solimões tenham parto o normal, que oferece menos riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
Rosângela Reis, 32 anos, afirma que o parto humanizado é importante por ajudar a parturiente a ter força no momento de ter o bebê. Ela teve a privilégio de ter seu marido ao seu lado durante o nascimento das filhas gêmeas. “Eu estava muito assustada, ter meu marido perto ajudou a me acalmar. A equipe foi paciente e atenciosa comigo, sou grata por me ajudarem nesse momento tão precioso”, relatou emocionada.
Outras ferramentas de proteção à vida usadas na maternidade são o incentivo ao aleitamento materno, cujas atividades de sensibilização das gestantes iniciam antes mesmo do nascimento dos bebês. O método Mãe Canguru, usado para o fortalecimento e desenvolvimento de bebês prematuros aponta resultados satisfatório. Desde a inauguração da maternidade, 115 mães com bebês prematuros passaram pelo Mãe Canguru e conseguiram reverter os casos e salvar a vida de suas crianças. Com isso, maternidade está com 100% o aproveitamento do método na unidade de saúde.
Segundo a diretora da UPA e maternidade, Pauline Campos, a qualidade do atendimento se deve ao investimento na educação continuada de seus profissionais. Durante todo o ano, são oferecidas capacitações para que os colaboradores se mantenham atualizados com a modernidade tecnológica na área da saúde.
“Durante esses dois anos de funcionamento, a unidade vem representando um grande avanço e melhoria na qualidade de saúde para a população de Tabatinga com suas ações de informações a população por meio de campanhas educativas e sua especialização no atendimento”, afirma.
Juntas, UPA e Maternidade beneficiam moradores de municípios da região da calha do Alto Solimões como Atalaia do Norte, Benjamim Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Amaturá, Jutaí, Tonantins e Fonte Boa. Por se localizarem na tríplice fronteira, atendem ainda pacientes da Colômbia e Peru.