A preocupação das clínicas de reprodução humana estarem ou não detectando os fatores genéticos relacionados à esterilidade e a quantidade de agrotóxicos absorvidos pelos brasileiros no consumo de frutas e verduras, favorecendo o aparecimento de doenças como os cânceres, foram alguns dos assuntos tratados nesta terça-feira (20) pelo médico geneticista João Monteiro de Pina Neto, 65, durante o 1º Encontro em Genética Humana, da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O evento encerrou-se nesta terça.
Professor da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (SP), ele falou sobre “Aconselhamento genético”, que é a atividade da Medicina preventiva voltada para reduzir a frequência das doenças genéticas, desde as causadores de abortos habituais até as causadoras de má formação, deficiência mental e intelectual. “Ele é voltado para estruturar um auxilio aos profissionais da saúde no diagnóstico e prevenção dessas doenças na comunidade”, explicou o professor, ao destacar que Brasil é líder na América Latina na área de Genética e que a maior contribuição do País é nos estudos na área de consanguinidade.
Vantagem é orientar famílias a se prevenir
João Monteiro, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Genética, destacou a importância de se estruturar no Amazonas, um serviço voltado para a comunidade no sentido de mostrar quais são as causas e como podem se proteger para ter filhos saudáveis, com orientação genética.
Como exemplo, ele citou o glaucoma, doença genética que aumenta a pressão do olho e que se não for cuidada pode deixar a pessoa cega. “Se eu recebi o esse gene do meu pai e ele da mãe dele, os demais parentes podem ser orientados sobre o exame precoce para o glaucoma, essa é uma tarefa da genética”, afirmou ele , citando ainda a importante ação da especialidade na prevenção de cânceres de mama, próstata e intestino, entre outros. “A descoberta dos fatores genéticos relacionados a essas doenças nos permitem dar orientação tanto na prevenção quanto nos tratamentos”, afirmou.
Ele explicou que muitas doenças não têm só causa genética, mas também sofrem influência de fatores do ambiente que se apresentam como se fossem doenças genéticas. Como exemplo, ele citou problemas comportamentais em crianças causados pelo consumo de álcool e drogas na gestação.
Fonte: acritica