Câmara dos Deputados vota projeto sobre armas nesta terça (5)

Camila Bonfim
Plenário da Câmara aprova, em votação simbólica, suspensão de decreto sobre sigilo de documentos.

Está na pauta da Câmara dos Deputados de amanhã a análise do projeto de lei que torna menos rigorosas as regras para porte e posse de armas de fogo (PL 3.723/19) no Brasil. Um pedido do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para promover um acordo político e votar a proposta em plenário, será apresentado um novo texto do relator, deputado Alexandre Leite, com regras apenas para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs).

“Apesar de ser uma novela que não acaba, eu pedi ao relator que construa uma emenda circunscrita aos CACs, com o que ele entenda que é relevante. Vamos votar sem obstrução, às 16 horas da terça-feira”, disse Rodrigo Maia.

O projeto de lei que trata do registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição; que cria o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e define crimes, estava na pauta de votação da última quarta-feira, mas sem consenso da esquerda, direita e do centrão, Rodrigo Maia transferiu para a próxima semana.

Para o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), essa estratégica de incluir só os CACs na proposta é da esquerda e tenta desidratar o projeto. E, se passar, será uma grande derrota para o governo e para o povo que o elegeu.

“A flexibilização do estatuto do desarmamento foi uma promessa de campanha do presidente Bolsonaro. O tema é polêmico e ideológico e nunca vai ter acordo, por isso, o presidente Rodrigo Maia tem que colocar o projeto para ser votado em plenário e quem tiver mais voto vence. Não podemos mais postergar essa decisão já referendada em 2015, quando o eleitor se manifestou, em referendo popular, contra o estatuto do desarmamento e pediu a flexibilização do porte e posse de armas no Brasil”, declarou.

De acordo com o deputado-capitão da Polícia Militar do Amazonas, o projeto de lei não libera arma para todo mundo. Será apenas para os proprietários rurais e algumas categorias que tenham risco em seu trabalho. Alberto Neto é um dos defensores da “lei do abate” para criminosos em ação da Polícia Militar. Esta semana, o parlamentar parabenizou, da tribuna da Câmara, a PM do Amazonas na operação que resultou na morte de 17 suspeitos em Manaus. Neto também pediu ao governo do Estado promoção por bravura dos policiais da Rocam e Força Tática envolvidos na operação.

Investimento

Contrário ao projeto de lei, o deputado federal José Ricardo (PT) defende ampla ação nacional para enfrentar a violência combatendo as raízes do problema que estão vinculadas à necessidade de geração de emprego e renda, melhoria e ampliação dos aparelhos de segurança pública e investimento pesado em Educação. “O melhor caminho é armar o povo com trabalho, educação e oportunidades”, discursou o parlamentar na tribuna da Câmara.

Fonte: Acrítica.com