Apenas 9 municípios dos 62 do Amazonas não tiveram qualquer registro da doença. O número de mulheres infectadas aumentou consideravelmente nos últimos anos
O Estado do Amazonas registrou 9.911 casos de Aids e 2.193 mortes em decorrência da doença desde o primeiro caso em 1986 até agosto de 2013. Os dados foram apresentados pela coordenadora Estadual de DST, Aids e Hepatites Virais-AM da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), Silvana Silva, durante audiência pública realizada, na manhã desta sexta-feira (18), na Câmara Municipal de Manaus.
Os dados chamam a atenção para o aumento gradativo de mulheres infectadas: há 20 anos para cada 27 homens contaminados, havia uma mulher, hoje, a relação está em torno de dois homens para uma mulher.
Na audiência, foi destacado que, atualmente, 7.120 pacientes com HIV fazem tratamento no Estado, desse total 94,5% fazem na Fundação de Medicina Tropical (FMT) e o restante 4,5% no interior.
De acordo com dados divulgados, dos 62 municípios do Estado, apenas 9 ainda não possuem casos oficialmente registrados. Somente em 2013, constam 640 novos casos de janeiro a agosto, com 148 mortes no Amazonas. Segundo a coordenadora, uma concentração de atendimento de pacientes preocupante.
“A partir do próximo ano, como já foi anunciado pelo Ministério da Saúde, qualquer paciente que tenha o resultado positivo para HIV já entrará no sistema para tratamento, o que vai aumentar ainda mais a demanda”, disse Silvana.
Desafios do atendimento
Ainda de acordo com a coordenadora, um dos grandes desafios para o atendimento aos portadores de HIV é fortalecer o atendimento na rede básica, como forma de desafogar os atendimentos feitos na Fundação de Medicina Tropical.
Segundo a gerente do Núcleo de Controle das DSTs-Aids da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Adriana Raquel, atualmente, três unidades do município possuem médicos infectologistas para atender pacientes: Políclinica Conte Teles, zona Leste, Policlínica Raimundo Franco de Sá, zona Oeste, e Policlínica José Antônio da Silva, zona Norte, que juntas têm capacidade para atender até 1.200 pacientes com HIV, por mês. “Estamos trabalhando na divulgação dessas unidades para que os pacientes possam também procurar atendimento nessas localidades”, destacou.
Prevenção
Para a requeridora da audiência, vereadora Professora Jacqueline (PPS), a prevenção contra o HIV deve começar desde cedo, principalmente nas escolas. “Já fizemos uma indicação à Secretaria Municipal de Educação (Semed) para que o assunto HIV seja mais discutido nas escolas, ainda neste ano, aproveitando o dia 1º de Dezembro, que é considerado o Dia Mundial de Combate à Aids”, disse.
Fonte: acritica