Estelionato contra idosos aumenta 23%

Camila Bonfim

De janeiro a abril deste ano, 122 idosos foram vítimas de estelionato na capital do Estado. O número corresponde a um aumento de 23,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 99 casos do crime contra pessoas da terceira idade.

Na tentativa de alertar a população e reduzir o número de vítimas, a titular da Delegacia Especializada em Crimes contra o Idoso (Decci), delegada Andrea Nascimento, avisa que não se deve aceitar orientações e até mesmo a aproximação de estranhos. Idosos devem andar, preferencialmente, acompanhados.

“Mesmo que tenha alguma dificuldade quando estiver utilizando o caixa eletrônico, a orientação é que não aceitem ajuda de estranhos. O ideal é que quando um idoso vá fazer algum tipo de transação bancária, sempre vá acompanhado de um familiar ou uma pessoa de sua confiança. Muitos idosos têm vida independente, andam sozinhos, mas devem buscar se proteger, não aceitando informações ou até a aproximação de estranhos”, alertou a delegada.

Golpes

De acordo com dados da Decci, entre os principais tipos de golpes envolvendo idosos, estão as abordagens nas proximidades de caixas eletrônicos – nas quais o infrator oferece ajuda e aproveita a vulnerabilidade do idoso para enganá-lo – ou os golpes conhecidos como do ‘bilhete premiado’ e da ‘baluda’.

O golpe do bilhete premiado é aquele no qual um infrator se aproxima de um idoso e diz que tem um ‘bilhete lotérico premiado’, mas que precisa daquele valor urgente e que não pode esperar para receber o prêmio. Com esse argumento, o infrator vende o falso bilhete premiado por um valor abaixo do suposto prêmio e concretiza o estelionato.

Já no ‘golpe da baluda’, o infrator coloca uma nota de dinheiro envolta de vários papéis do mesmo formato e tamanho, compondo um bloco de papel que imita uma grande quantia de dinheiro e o deixa cair no chão, próximo do idoso. O idoso, na tentativa de ajudar, sem saber que se trata de um golpe, acaba pegando o bloco de papel e o entrega para o infrator que finge ser um cidadão comum.

“Neste momento, o infrator age como se fosse dar uma recompensa para o idoso e pede para segurar a sua bolsa ou seus pertences e concretiza o golpe: ou consegue retirar dinheiro, documentos de dentro da bolsa ou apenas sai correndo com a bolsa”, contou a titular da Decci, Andrea Nascimento.

A delegada orienta os idosos a não pegar, em hipótese alguma, papeis caídos no chão que pareçam ser dinheiro em espécie. “Informe alguém que o dinheiro caiu e saia. Não aceite nenhum tipo de possível recompensa pelo ato. Isso é um golpe muito antigo, mas do qual muitas pessoas ainda não têm conhecimento”, disse.

Denúncias

Idosos vítimas de estelionato ou de outros crimes podem registrar os casos na Delegacia do Idoso, na Rua 23, s/nº, bairro Parque 10, na zona centro-sul de Manaus. Denúncias também podem ser feitas no número (92) 3214-5800 ou no 181, o disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM).

Fonte: D24am