De acordo com o estudo “Qualidade de vida dos médicos”, desenvolvido pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya, 39,8% dos médicos no Norte enfrentam algum tipo de doença mental, sendo que duas em cada três pessoas afetadas são do gênero feminino. Na faixa etária entre os 25 e 35 anos os dados também chamam a atenção: 49,6% dos profissionais desta idade sofre com doenças mentais. Na região Norte, o estudo aponta que 36,4% dos médicos consultados enfrentam algum tipo de doença mental.
Com objetivo de identificar e mapear a saúde mental dos profissionais atuantes no mercado, os dados obtidos na edição 2024 indicam uma leve melhora em relação ao último ensaio realizado em 2022. Contudo, doenças como depressão, ansiedade e burnout continuam presentes em uma parcela significativa dos médicos.
A pesquisa ainda revelou que cerca de 3,6% dos médicos ouvidos no país já estiveram internados para tratar alguma condição mental e precisaram ficar afastados cerca de 5,1 semanas nos últimos 12 meses.
“A proposta deste estudo é manter um panorama vivo e dinâmico sobre a qualidade de vida dos médicos e, a partir disso, incentivar a comunidade a criar soluções que deem suporte e acolhimento a este público. Ao compreender esse cenário, podemos promover um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo o esgotamento e assegurando a continuidade de um cuidado médico de qualidade para toda a população”, explica Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya.
O transtorno de ansiedade é o que mais acomete os médicos – 33,5% têm esse diagnóstico e 21,1% apresentaram os sintomas nos últimos 12 meses. Desses, 27,1% estão em tratamento e 6,4%, embora constatado o transtorno, não o tratam. As mulheres são as mais impactadas: quatro em cada dez médicas sofrem com a doença enquanto o percentual é de 25,1% para homens. Já 23,9% dos médicos relataram ter sintomas de transtorno de ansiedade, mas sem ter diagnóstico médico.
Em segundo lugar no ranking das doenças mentais está a depressão: 22,1% dos profissionais já receberam esse diagnóstico, sendo que 19,9% tratam e acompanham com especialistas e 2,2% não tratam. Outros 17,1% apresentam sintomas, mas não têm diagnóstico e não tratam a doença. De acordo com o estudo, 22,4% dos profissionais detectaram a condição nos últimos 12 meses.
O burnout aparece com 6,7% dos casos, e metade foram identificados nos últimos 12 meses. 2% dos médicos diagnosticados com a condição não fazem acompanhamento com especialista. Contudo, em uma avaliação mais ampla, mais de 50% dos médicos indicam já terem apresentado sintomas da doença, ainda que não tenham um diagnóstico fechado ou já tenham se curado da condição.
Quase 20% dos médicos já foram diagnosticados com burnout no passado e 27,2% apresentam sintomas, mas não foram diagnosticados e não estão em tratamento. A carga horária elevada é o principal motivo destacado: médicos com diagnóstico de burnout trabalham em média 57,2 horas por semana, cerca de sete horas a mais do que a média geral.
Fonte: D24am.