Indígenas empreendedoras: mulheres Kambeba aliam gastronomia à bioeconomia amazônica

O protagonismo das mulheres indígenas no âmbito da bioeconomia amazônica vai muito além do artesanato e do extrativismo. Na comunidade indígena Três Unidos, localizada à margem esquerda da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, o Restaurante Sumimii completa, em 2024, 15 anos de atividade, um ótimo exemplo que mostra como as indígenas realmente praticam a economia verde e a gastronomia sustentável, muito antes desses conceitos ganharam espaço na mídia e na própria academia, por meio de pesquisas.

O Restaurante Sumimi oferece no cardápio opções que mesclam os pratos tradicionais do povo Kambeba com a culinária regional amazônica e já conquistou prêmios, além de muitos clientes ao longo destes anos. Gerenciado pela empreendedora Neurilene Cruz, o restaurante é comunitário das mulheres Kambeba e faz parte da comunidade do Hub de bioeconomia amazônica, secretariado pela Fundação Amazônia sustentável.

Em 2016, elas competiram num concurso de gastronomia organizado pelo Consulado da Mulher com um prato típico do Povo Kambeba; o Fani, que é feito com macaxeira ralada e o gigante dos rios amazônicos, o pirarucu, envoltos na folha da bananeira e assados na brasa.

O prêmio trouxe novos eletrodomésticos e uma quantidade em dinheiro que foi revertida em melhorias para o restaurante.

O restaurante Sumini é apenas um dos empreendimentos indígenas na comunidade. Os kambeba perceberam que a área do Rio Negro e Rio Cuieiras não era boa para o roçado e a agricultura, como a do Solimões e perceberam que investir em empreendimentos que fortalecessem o turismo de base comunitária dentro da comunidade era o melhor caminho a seguir.

Fonte: G1 amazonas

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