Em meio ao início de uma seca que, para os especialistas, pode ser a maior da história do Amazonas, outro fator climático tem impactado diretamente a vida da população na região do alto Rio Solimões, interior do estado. A falta de chuvas está prejudicando agricultores no município de Benjamin Constant, afetando, principalmente, as plantações de hortaliças e melancia. A cidade fica localizada na fronteira com o Peru, sudoeste do Amazonas, e é uma das que mais sofre os impactos da estiagem severa que atinge a região. Nesta quarta-feira (17), o Rio Solimões atingiu a cota de 5,64 m na localidade, segundo dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Nos dois últimos dias o Solimões secou 18 centímetros.
Segundo dados do The Weather Channel, nos 17 primeiros dias do mês de julho, Benjamin Constant registrou 33.74 mm de volume das chuvas na localidade. O número é considerado baixo para o período levando em consideração a média histórica no mês de julho, que é de 172.72 mm.
A pouca água já modifica as paisagens naturais em frente das comunidades rurais de Benjamin Constant. Neste período é comum o surgimento de bancos de areia, o que dificulta o escoamento dos produtos de agricultores até a sede do município.
Dona Ana é moradora da comunidade de Santa Luzia e vive do plantio de hortaliças. Para ir do porto até o Rio Solimões, hoje, é necessário caminhar por mais de quarenta e cinco minutos.
Diante das dificuldades, a agricultora tenta salvar a plantação que sustenta a família aproveitando a pouca água distribuída em um poço comunitário para regar as plantas. Ela estima que, por causa da estiagem prolongada, o cultivo de couve, repolho, alface e cheiro verde sofrerá perda de pelo menos de 30% da produção neste ano.
Ao g1, a prefeitura de Benjamin Constant informou que algumas medidas preventivas já estão sendo adotadas para tentar evitar maiores prejuízos para os moradores das comunidades ribeirinhas que tem na agricultura familiar sua principal economia.
Fonte: G1 Amazonas