Em meio à seca extrema que atinge o estado de Rondônia, ribeirinhos enfrentam longas jornadas para encontrar um recurso essencial: a água. A cidade de Porto Velho, por exemplo, está há três meses sem chuvas significativas, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e o Rio Madeira teve os piores julho e agosto em quase 60 anos.
Moradores da Comunidade Brasileira, situada no Baixo Madeira, enfrentam as consequências da crise hídrica. Famílias estão sem acesso a fontes de água limpa, depois que o único poço amazônico da região (com 8 metros de profundidade) secou.
As comunidades ribeirinhas em Porto Velho são divididas em três regiões: Alto, Médio e Baixo Madeira.
Em Mutum, que fica a 50 km da zona urbana de Porto Velho, a população precisa percorrer mais de 1 hora de barco para encontrar e ter acesso à água potável. Com a seca extrema do Rio Madeira, o trajeto, feito por muitos moradores três vezes na semana, pode se tornar ainda mais desafiador.
Por conta da estiagem, o Igarapé Maravilha, que banha a comunidade de mesmo nome, secou completamente em menos de um mês. As poucas dezenas de peixes que restavam morreram sem oxigênio.
“Secou pra gente que é humano, e pros peixes e pros bichos. Pássaro, capivara, macaco: tudo vai beber água no igarapé. Como está seco, eles estão sofrendo do mesmo jeito que a gente está sofrendo”, relata Conceição.
Busca por água, logos trajetos, bancos de areia e poços artesianos secando: os impactos da estiagem severa dificultam a vida dos ribeirinhos da capital. Na Comunidade Brasileira, moradores ficaram sem nenhuma fonte de água tratada após o poço artesiano que abastecia a região secar totalmente.
A única opção para os moradores é utilizar a água do Rio Madeira: suja. Desde o início do período de estiagem, a Defesa Civil municipal atua nas comunidades ribeirinhas entregando água mineral e kits de hipoclorito de sódio, uma substância que realizará a limpeza e desinfecção da água que agora está sendo consumida pela população.
Em Terra Firme, também no baixo Madeira, os moradores, que antes já precisavam descer uma longa escada para chegar ao rio, agora enfrentam uma caminhada de quase 30 minutos devido ao surgimento de bancos de areia.
Na região não existem poços artesianos ou qualquer outro tipo de água tratada. A população depende de bombas de drenagem para coletar água do rio. No entanto, a margem secou e ficou tão distante que se torna difícil as mangueiras de drenagem chegarem até os locais onde ainda tem água.
Fonte: G1 Amazonas.