Sobre a crise do oxigênio em Manaus, o parlamentar criticou a falta “de participação, de planejamento e de responsabilidade” dos entes envolvidos.
Durante o segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (20/05), o senador Eduardo Braga (MDB/AM) chamou de crime de responsabilidade a série de erros cometidos pelos governos Federal e do Estado do Amazonas, além da Prefeitura de Manaus, no combate à pandemia de Covid-19 e que culminaram na morte de milhares de cidadãos.
Entre os equívocos, o desabastecimento de oxigênio nas unidades de saúde, o fechamento antecipado de hospitais de campanha para atender os pacientes da enfermidade, o uso indevido do Tratecov – aplicativo lançado pelo Ministério da Saúde na capital amazonense, assim como a não intervenção federal solicitada pelo próprio parlamentar no começo de 2021.
“No caso do Amazonas, cometeram um crime de responsabilidade para com o povo. Nós sabíamos que iríamos precisar deste hospital de campanha para salvar vidas”, disse o parlamentar, que, em seguida, perguntou: “Por que que não foi decretada a intervenção na saúde pública do Estado do Amazonas? Eu, como Senador da República fiz carta ao Presidente da República pedindo a intervenção para salvar vidas.”
Pazuello informou a Eduardo que não houve intervenção por escolha dos ministros do Governo Federal a partir do pedido e de informações prestadas pelo governador do Estado. “O presidente da República estava nesta reunião. Essa decisão foi tomada nessa reunião”, disse Pazuello.
Sobre a crise do oxigênio em Manaus, o parlamentar amazonense criticou a falta “de participação, de planejamento e de responsabilidade” dos entes envolvidos, especialmente do Ministério da Saúde então sob o comando de Pazuello, que esteve na capital do Estado e não tomou providências para solucionar a falta do insumo.
Ao ex-ministro, Eduardo mostrou matéria do jornal A Crítica de 6 de janeiro deste ano em que foram detalhadas as medidas emergenciais adotadas pelas empresas do segmento para que não faltasse oxigênio nas unidades de saúde de Manaus. A reportagem, salientou o senador, demonstrou que “supostamente, todos os envolvidos com a saúde pública já deveriam saber que iria faltar oxigênio”. “No entanto, faltou oxigênio”, disse o parlamentar, contrariando a versão dada por Pazuello no primeiro dia de depoimento à CPI da Pandemia de que tomou tardiamente conhecimento sobre a escassez do insumo. “Não houve foi planejamento e ação para salvar vidas, porque vidas importam, e vidas brasileiras e amazonenses importam”, concluiu o senador.
Sem máscara no shopping – Na CPI, Eduardo obteve um pedido de desculpas público de Pazuello por ter circulado em um shopping de Manaus, no fim de abril, sem máscara. “Peço desculpas por isso”, disse o ex-ministro, que, momentos antes, tentou explicar o motivo por estar sem o item, hoje essencial para evitar a proliferação do coronavírus.
Segundo ele, a que ele então utilizava caiu dentro do carro e ficou “pisada”. “Eu parei na porta do shopping e conversei com a moça que tira a temperatura. Falei: “Estou sem máscara. Existe como comprar aqui, na entrada?”. Ela falou: “Nesse quiosque, em frente, o senhor pode comprar”. Então, eu fui, do momento onde estava, a temperatura, a 8metros em seguida, ao quiosque. Nesse circuito, eu fui fotografado, até pegar a máscara em frente.”
Assessoria de imprensa