Professores manifestam contra decisão de retorno às aulas, no AM

Camila Bonfim

Na manhã desta terça-feira (28), durante a coletiva de imprensa realizada pelo governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima,  alguns professores da rede estadual de ensino protestaram diante da decisão apresentada sobre o calendário de retorno das aulas presenciais. A manifestação contra o anúncio foi realizada em frente ao Centro Educacional de Tempo Integral. localizado no bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital.

Em coletiva, o governado do Amazonas, Wilson Lima divulgou o calendário do retorno às aulas da rede estadual de ensino. “Nós chegamos a essa conclusão, após resultado de um trabalho que vem sido feito desde o dia 1 de abril junto com a secretaria de educação, professores e com o comitê que acompanha as questões relacionadas ao Covid-19”, explicou.

Mas, para os professores e membros do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), este ainda não é momento de retornar com as aulas presenciais. A presidente do sindicato, Ana Cristina Rodrigues diz que a estrutura não está pronta para atender os protocolos de segurança.

“Pedimos que o governo do Amazonas tenha cautela ao falar no retorno presencial das aulas, porque muitos profissionais da educação ainda não se sentem confortável em voltar. O protocolo de retorno que eles apresentaram só leva em consideração os dados estatísticos, e que fala de segurança para os alunos, mas não fala de segurança para o trabalhador. E, é preciso que se invistam um pouco mais nas escolas para que realmente os nossos filhos e os nossos trabalhadores, possam voltar de maneira segura. É preciso observar alguns movimentos desse vírus que é muito novo para todos nós e não temos certeza em nada a respeito dele”, disse Ana Cristina.

As aulas presenciais do ensino médio estadual, voltam no dia 10 de agosto e para o ensino fundamental no dia 24 de agosto, segundo informações anunciadas pelo governador Wilson Lima. Ao todo, a rede estadual pública de ensino possui cerca de 30 mil alunos.

O receio dos profissionais da educação é que ainda não esteja no momento certo para reunir todos novamente em ambientes fechados e de acordo com o professor Otto Franco do movimento núcleo educador, a expectativa é que não tenha o retorno das aulas presenciais.

“A gente percebe que ainda há muitos casos de Covid-19 na cidade, o controle da população ainda não está 100% e temos medos que nossos colegas professores e servidores públicos, como também nossos alunos e familiares venham se contaminar no processo. Porque não existe no processo do retorno, segurança 100% para que tenhamos a qualidade no ensino presencial mesmo que híbrido ou à distância, com a não possibilidade de contaminação. Se falta lápis, pincel e papel higiênico, porque não vai faltar álcool em gel e máscara no tratamento diário das nossas escolas?”, questionou.

De acordo com o governador Wilson Lima, dois pontos importantes foram levados em conta para o retorno das aulas, o número de enterros registrados em decorrência da contaminação por Covid-19 e a ocupação de leitos nas unidades hospitalares da capital. “Os números caíram significativamente, se estabilizaram e a gente torce para que continue caindo”, pontuou o governador.

Fonte: D24am