No Amazonas, auxílio emergencial chega a 55,8% das famílias

Camila Bonfim

No Amazonas, 55,8% dos domicílios (539,5 mil de 966,3 mil) foram beneficiados com o Auxílio Emergencial. No Amapá e no Maranhão, a proporção de beneficiados foi superior a 60%. Em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, Estados cujo rendimento domiciliar per capita são os mais elevados, a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre a Covid (Pnad Covid19 mensal), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram divulgados menos de três meses da implementação do Auxílio Emergencial, visando apresentar os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na renda da população. No total, foram repassados R$ 600 milhões, distribuídos principalmente para aqueles que estão nos estratos de renda mais baixos da população, cuja renda domiciliar per capita, naquele mês, não ultrapassava R$ 581,86, o que representavam 82,8% dos recursos.

Impactos

O auxílio emergencial ganha cada vez mais urgência, no momento em que a pandemia do novo coronavírus provocou uma destruição massiva de postos de trabalho. No trimestre em que a crise sanitária se agravou no País, de março a maio, 7,8 milhões de pessoas perderam o emprego. E, pela primeira vez, mais da metade da população brasileira em idade de trabalhar não tem nenhuma ocupação, segundo os dados de outra pesquisa do IBGE, a Pnad Contínua.

“É muito ruim para o País, porque demonstra que o nível de atividade caiu substancialmente. Por consequência, a recuperação fica comprometida e, quando vier a se iniciar, ela virá de maneira lenta. No médio e longo prazos, isso vai requerer das pessoas que comecem a desenvolver atividades de maneira cooperativa, cooperativas de trabalho”, resumiu Silvio Paixão, professor de Macroeconomia da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada à USP, que espera uma retração de pelo menos 10% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020.

Atualmente, há mais gente fora do mercado de trabalho e desempregada – um total de 87,7 milhões de brasileiros – do que trabalhando. Nessa conta, além dos que procuram vagas e não encontram, entram todos os maiores de 14 anos que podiam estar trabalhando, desde os desalentados a estudantes ou donas de casa. Já a população ocupada desceu a 85,9 milhões de pessoas, a menor da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

Fonte: D24am