Mais de 200 chegam ao Amazonas para o Mais Médicos e ficam à espera da homologação

Camila Bonfim

O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems/AM), Januário Neto, informou, nesta semana, que aguarda a homologação de registro dos 212 profissionais do programa Mais Médicos, do governo federal, que chegaram ao Estado, na última quinta-feira (28). Após o registro homologado, o Conselho irá divulgar se há vagas remanescentes disponíveis (se houve desistências).

De acordo com o Cosems/AM, em dezembro do ano passado, saiu o edital voltado para as vagas remanescentes (212), aderidas por médicos brasileiros com habilitação para exercício no exterior. Esses profissionais há quase um mês, participaram de treinamento em Brasília e o deslocamento para os municípios de alocação ocorreu, na semana passada.

Neto disse que a quantidade de profissionais está dentro da necessidade ao qual o Estado vive. Segundo Estimativa do Cosems/AM, mais de 407 mil pessoas estavam com os atendimentos médicos limitados em diversas cidades do Amazonas, devido à falta de profissionais que antes atendiam nos municípios por meio do programa social ‘Mais Médicos’.

Em diversas localidades, essas pessoas podiam contar apenas com os profissionais de enfermagem, o que estão limitados no atendimento, dentro do que a sua formação e a legislação permitem.
O problema da falta de atendimento médico no inerior do Amazonas e em outros Estados iniciou após a saída dos médicos cubanos do Brasil, em dezembro do ano passado.

O governo de Cuba informou, em novembro de 2018, que decidiu sair do programa social citando “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no Brasil. A decisão aconteceu, também, após o anúncio de que a validação dos diplomas passaria a ser exigida pelo governo Bolsonaro.

Dificuldades

Após a saída dos cubanos, no processo para reocupação das vagas, no Amazonas, do total de 230 aberturas para os municípios do interior, apenas 99 foram preenchidas, a partir do mês de dezembro, contrariando a expectativa de que os médicos brasileiros responderiam ao chamado do Ministério da Saúde para a prestação de atendimento em saúde. Para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), das 92 vagas disponíveis, apenas 11 foram ocupadas, na ocasião.

As regiões do Alto Rio Negro e Alto Solimões são onde há a maior falta de adesão por parte de médicos brasileiros, formados no país e com registros nos Conselhos Regionais de Medicinas (CRMs).

Fonte: D24am